O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou, neste sábado (21/1), Júlio César de Arruda do posto de comandante do Exército do Brasil, segundo fontes do Palácio do Planalto. A demissão acontece um dia após a reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, operou uma espécie de caixa 2 com recursos em espécie que eram usados, inclusive, para pagar contas pessoais da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de familiares dela.
Segundo ministros palacianos, a gota d’água para a demissão teria sido a recusa de Arruda em exonerar Mauro Cid do 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.
A expectativa é de que a demissão de Arruda do posto seja oficializada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O substituto escolhido por Lula para o cargo é o comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
Cid lotado em batalhão peça-chave
O batalhão reúne as mais bem treinadas tropas de elite do Exército e seus homens têm por atribuição realizar operações de emergência para debelar ameaças a Brasília e, em eventuais situações de guerra, cumprir missões delicadas contra alvos tidos como difíceis.
Após a reportagem, Lula mandou Arruda exonerar Cid do comando do 1º Batalhão de Ações e Comandos. O general, porém, teria se recusado, o que causou o desgaste, já que o batalhão é peça-chave em caso de novos ataques terroristas.
A exoneração também ocorre um dia após o presidente ter se reunido com o ministro da Defesa, José Múcio, e com os comandantes das Forças Armadas. O encontro ocorreu nessa sexta-feira (20/1), em meio à relação tensionada do atual presidente com militares, inflamada pelos atos antidemocráticos na Esplanada dos Ministérios, em 8 de janeiro. (Metropoles)