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Utilizar de forma integral as fontes vegetais, evitando o desperdício e, sobretudo, maximizando a quantidade de nutrientes consumidos na alimentação diária. A partir deste princípio, os estudantes do curso técnico em Alimento, do Centro Técnico de Educação profissional (CETEP) Médio Rio de Contas, no município de Ipiaú, no Sudoeste baiano, se debruçaram em pesquisas em torno da abóbora e descobriram na semente do legume uma rica fonte nutricional. Elaboraram assim o AboShake, que é feito com o acréscimo de farinha de aveia, linhaça, colágeno hidrolisado e açúcar mascavo.
Nas suas pesquisas, até chegar ao produto final, os estudantes contam que se impressionaram com as propriedades da semente de abóbora, que é rica em vitaminas, minerais e fibras. A aluna Jarede Vieira destaca algumas delas: “A semente de abóbora é riquíssima em nutrientes e jogá-la fora é um desperdício, já que é um antidepressivo natural (L-triptofano); favorece a produção dos hormônios do sono (serotonina), ajudando nos problemas de insônia e ansiedade; combate parasitas intestinais e contribui no tratamento da Síndrome do Intestino Irritado, além de ser altamente recomendada para pessoas com osteoporose e artrite, porque é uma fonte rica em zinco, e ajuda a reduzir os níveis altos de colesterol ruim”.
Com o acréscimo de outros ingredientes, o AboShake ganhou mais valor nutricional, como explica o estudante Fernando Oliveira: “A farinha de aveia é um cereal rico em fibras e prolonga o efeito da saciedade; o açúcar mascavo é mais saudável porque é tratado com menos química, mantendo as vitaminas e os sais minerais da cana-de-açúcar; o colágeno hidrolisado exerce a função de manter as células unidas e é o principal componente proteico de órgãos e tecidos, como a pele, cartilagens e ossos. Portanto, criamos um alimento alternativo de sabor apreciável, saudável e rico em nutrientes, feito de um vegetal facilmente encontrado na região e de baixo custo”, detalha.
Benefícios testados – Os estudantes à frente da pesquisa contam que o AboShake foi testado por 30 colegas voluntários que, durante 15 dias, responderam a um questionário estruturado, observado questões como sabor do alimento, melhoria da aparência da pele e saciedade. “Após esse tempo de teste, os alunos declararam ter sentido uma melhora no funcionamento intestinal e na qualidade da pele”, conta Jarede.
Também foi realizada no CETEP uma exposição, através da qual a comunidade escolar experimentou outros alimentos feitos a partir da abóbora: purê e doce (da polpa) e cocada (da casca), além do próprio shake (da semente). “O AboShake teve uma aceitação muito positiva. Muita gente achou que tínhamos colocado amendoim, por conta da semelhança do gosto. Mas a bebida é feita com farinha da semente da abóbora, que é derivada da torração e trituração da semente. A nossa ideia é que esse produto final seja comercializado, mas ainda estamos concluindo a fase de desenvolvimento do produto”, ressalta Jarede, revelando que, para o preparo do AboShake, são utilizadas três colheres (sopa) de farinha da semente de abóbora em 200 ml de leite ou água e após a sua preparação, o alimento tem uma validade de 30 dias, se colocado em lugar fresco. A quantidade do restante dos ingredientes é guardada em segredo pelos seus idealizadores. (ASCOM - Secretaria da Educação do Estado da Bahia)