A Defensoria Pública da Bahia recebeu denúncias de que presos foram torturados e ainda se encontram em salas isoladas, sem atendimento médico, no presídio de Jequié. O acesso de defensores públicos para acompanhar a situação, em todos os módulos da unidade prisional, foi bloqueado pelo interventor do presídio, Paulo Salinas. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap), a transferência de 13 líderes do crime organizado e uma revista geral, com a apreensão de celulares, chips, facas, facões, dinheiro, etc., teriam provocado a rebelião dos detentos na última segunda-feira (04). Segundo informações divulgadas pela Defensoria, durante visita à unidade prisional, realizada pela Defensoria Pública, os defensores públicos Itanna Pelegrini, Yana Melo e Rafson Ximenes conversaram com presos que apresentaram outra versão para o motim. Segundo eles, na manhã de segunda-feira, antes da chamada “operação baculejo” teriam sido abordados pela Polícia de Choque com chutes, golpes de cassetete e gás de efeito moral, alguns inclusive sendo alvejados com balas de borracha. Entre as apreensões, estariam o material utilizado para a costura de bolas – trabalho realizado dentro do presídio com autorização da direção do local -, e o dinheiro proveniente dessa atividade, além de alimentos trazidos pelos familiares. Com a interrupção do fornecimento de refeições em virtude da rebelião, os detentos ficaram sem se alimentar durante todo o dia. As denúncias feitas aos defensores públicos, através de bilhetes de presos que não quiseram se identificar, revelam que há pessoas feridas, inclusive com fraturas expostas, transferidas para alas de acesso restrito. As informações são do Bocão News.