Souto, Geddel e ACM Neto: saia justa.
O peemedebista Geddel Vieira Lima e o pedetista Marcelo Nilo viveram situações parecidas nessa fase de arrumações do processo sucessório. O primeiro quer porque quer encabeçar a chapa oposicionista; o segundo pleiteava o segundo posto na chapa encabeçada pelo PT.
Pretensões à parte, o que chama atenção nos dois é a diferença de estilos. Nilo esperou calado e, quando chegou perto da chamada “hora da onça beber água”, antecipou somente ao governador Jaques Wagner o que faria se fosse preterido. Não alardeou nem fez ameaças públicas.
Geddel, pelo contrário, faz uma pressão danada para ser o candidato ao governo pelo bloco oposicionista. Para isso, atua como lutador de vale-tudo e a principal arma do peemedebista tem sido a ameaça. Ele afirma, não para os envolvidos na decisão, mas para o mundo, que será candidato de qualquer maneira, podendo até rachar se não for o escolhido.
A postura do peemedebista deixa a oposição em uma bela saia justa. Hoje, ACM Neto se vê na seguinte situação: se escolhe Paulo Souto, corre o risco de ver seu grupo dividido e enfraquecido; se opta por Geddel, deixará claro que o faz por temer as bravatas do aliado. Ou seja, a candidatura não nasceria com a marca do desejado consenso, mas sim da coação. Tudo isso porque Geddel optou por tornar públicas suas ameaças, numa fase do processo em que as articulações pedem discrição e sobriedade. (Do Bahia 24h )