O temível efeito dominó vem sendo verificado na economia de Ipiaú, e outras cidades da região, em decorrência da crise que atingiu a mineradora Mirabela do Brasil que explora uma mina de níquel no vizinho município de Itagibá. Comercio e serviços locais que em pouco mais de um década moldaram suas rendas em função da indústria começam a sentir os reflexos da situação na mina. Outros setores também são arrastados pela onda depressiva que não se tem previsão de quando cessará. Placas de “Vende-se”, ou “Aluga-se”, indicam que o setor imobiliário foi atingido em cheio. Os preços dos alugueis, antes superfaturados, despencam a cada dia, a ponto de uma casa que era alugada por R$1.000,00, está com seu aluguel fixado em apenas R$450,00. A oferta de leitos, nas pousadas e hotéis que se multiplicaram nos promissores tempos da implantação da mina, agora é bem maior do que a procura. Os vultuosos investimentos derrapam sem perspectiva de retorno a curto e médio prazo. Em Ipiaú é raro a família que não tenha alguém que trabalha ou trabalhou na mineração. O número dos que já trabalharam vai ficando cada vez maior, tendo em vista as demissões em massa que sucedem nos últimos meses. O contingente dos desempregados já pode ter ultrapassado a mil, segundo especulações de sindicalistas. Aqueles que estavam eufóricos com aquilo que vem de debaixo da terra se encontram de cara pra o ar. As consequências sociais desta realidade serão graves. Quando se tem uma grande indústria se tem a firma que fornece a comida para ela, a pousada que acomoda seus empregados graduados, a firma que faz a limpeza, a que oferece segurança,a que confecciona o uniforme,etç. O problema é que se essa indústria tem uma crise a cidade, ou região, vai para o buraco, ou melhor, como dizem na Mirabela, “pra boca do jacaré”. (Giro/José Américo Castro).