O PROJETO TABLET ESTÁ RUINDO: Artigo reconhece trabalho do Blog Brgulhobarrochense!

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Por Aleluia, Hildeberto

Uma das fronteiras que a internet precisa ultrapassar, apesar dos seus múltiplos avanços, é o problema relativo à filtragem das informações. Esse, hoje, é um dos seus principais obstáculos e, em alguns aspectos, crucial. Ao realizar uma pesquisa de um determinado assunto em qualquer site de buscas, as opções apresentadas são infinitas. Muitas irrelevantes, desnecessárias mesmo. O trabalho da filtragem, a perda de tempo, a dificuldade com a banda larga, em alguns lugares do país e a infinidade de possibilidades, chegam a ser um desestímulo para quem procura. Aqui e ali surgem inovações, como sites aglutinadores ou blogs com determinados assuntos específicos. Mas a difusão ainda é incipiente, confusa e não massificada. Encontrar esses caminhos não tem sido fácil. É tão difícil uma solução quanto tem sido para a velha mídia encontrar o rumo exato para continuar existindo dentro de suas estruturas empresariais no modelo original. O jornal americano The New York Times já tem até data para deixar de publicar o exemplar impresso. Agora mesmo foi derramado um imenso balde de água fria no projeto dos tablets como solução para a mídia impressa. O primeiro a perseguir esse caminho foi o bilionário Rupert Murdoch, o australiano dono do maior conglomerado de mídia do mundo. Ele investiu pesado na busca de um modelo de jornal e revista para o tablet diante da aterradora possibilidade de morte das publicações impressas. Chamamos de tablet a nova engenhoca eletrônica que alguns chamam de e-Book, ou kindler, ou o iPad da Apple. Em síntese, é uma tabuleta eletrônica destinada a substituir o computador. Mais leve que um laptop e sensível ao toque é considerado pela indústria da mídia como a alternativa ideal. No Brasil, a indústria eletrônica estima que sejam vendidos 400 mil unidades neste ano de 2011.  Murdoch  achou a solução, fez o lançamento e foi imediatamente copiado no mundo inteiro, inclusive aqui entre nós. Confortável para a leitura de jornais e revistas, bonita e de excelente qualidade visual, a fórmula encontrada parecia ser a solução definitiva para a substituição dos velhos impressos. Mas esqueceram de combinar com os leitores. Aqui entre nós vários jornais e revistas aderiram ao projeto com sucesso, não às assinaturas. Qualquer assinante de determinado jornal tem acesso automático ao modelo do tablet. O que parecia ser a redenção da mídia impressa já começa dar sinais de naufrágio. O lançamento foi feito em Londres com o jornal Daily News. Imediatamente os leitores aderiram e as assinaturas prosperaram. A alegria durou seis meses. Nos últimos dois meses, o número de assinantes vem caindo assustadoramente. O leitor inglês voltou ao ponto de partida: buscar na internet a notícia de graça. Teremos que esperar por um tempo indeterminado para termos uma prova definitiva do avanço de uma ou outra iniciativa. Em terras brasileiras,  também, a internet continua absoluta na preferência dos leitores e a cada dia vai solapando os alicerces da velha mídia com a diminuição das tiragens impressas e a queda da audiência no sistema televisivo. A publicidade destinada  à internet andava estagnada. Seu volume de faturamento nos grupos de mídia no Brasil não conseguia ultrapassar os vinte por cento da receita global das empresas e, desde o ano passado, passou a seguir a tendência mundial, ultrapassando a casa dos trinta por cento, ou seja, de cada um real de faturamento com publicidade, dos grupos de comunicação, mais de trinta por cento estão indo para a internet. Sobe numa escala impressionante o número de acessos gratuitos aos portais de notícias. O site de notícias www.claudiohumberto.com.br tem mais acesso que as tiragens dos 37 jornais onde sua coluna é publicada diariamente no Brasil inteiro. Diante desses fatos, o principal grupo de mídia do Brasil, as Organizações Globo, anunciou, no mês de abril passado, investimentos na criação de sete portais de notícias, nos sete principais Estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal. Chama a atenção um detalhe especial que no futuro mudará a cara empresarial da mídia no país. Esses portais serão regionais e até onde se sabe não contam com a participação acionária dos atuais concessionários que retransmitem a Rede Globo de Televisão nos seus respectivos estados. Isso pode significar que cada um vai lutar pelo seu pedaço sozinho. Outra evidente conclusão a se tirar dessa iniciativa é a inequívoca preferência do internauta por mais notícias regionais, mais informações do lugar onde ele vive. Ainda não temos os números globais, mas a proliferação de blogs e sites regionais e locais, no Brasil, é ascendente e impressionante. Uma busca qualquer com apenas os nomes de cidades retrata de forma assustadora essa descoberta. Como exemplo a cidade de Barra do Rocha, sul da Bahia. Com população urbana de cinco mil pessoas possui dois blogs de notícias. Considerando a iniciativa pioneira e as dificuldades inerentes a quem vive em cidade pequena, provinciana, do interior, onde jornais e revistas não circulam e o índice de leitura é baixíssimo, o Blog Orgulhobarrochense  www.orgulhobarrochense.blogspot.com  é digno de nota. Sozinho, o pioneiro Lauro Elísio Fontes Medrado, que nem jornalista é, realiza um trabalho inteligente e informativo, reportando e retratando a realidade da sua comunidade, mesclando com informações regionais e nacionais e até internacionais. Com o suporte do You Tube, de outros blogs, das agências de notícias e de fotos feitas a partir de um celular, ele mantém a comunidade atualizada e participativa. Chega ao impressionante número de mil e quinhentos acessos dia. Seu blog tem mais audiência que as rádios comunitárias da região. É um sucesso. Essa é uma das caras novas da mídia do futuro. Como não há um modelo de negócio, por enquanto o projeto não gera faturamento, nem lucro. Mas é questão de tempo.  Chegarão lá.
Nota: Hildeberto é barrochense, residente no Rio de Janeiro; Profissional da área de Comunicação, com formação em jornalismo, marketing e publicidade.

 

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