RETORNO DA TRADICIONAL FOLIA DE REIS EM BARRA DO ROCHA ANIMA POPULAÇÃO CARENTE DE CULTURA

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A festa foi trazida ao Brasil pelos portugueses, que a comemoravam em sua terra mais como divertimento. Entre nós ela adquiriu o espírito religioso que conserva até hoje, sendo desenvolvida com características próprias e transformando-se em manifestação folclórica de rara beleza. Seu início acontece no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, prosseguindo até o dia 2 de fevereiro, período em que grupos festivos de pessoas saem cantando ao som de violão, sanfona, cavaquinho, pandeiro, reco-reco, pistão, chocalho, triângulo, tantãs e outros instrumentos, exaltando o Deus Menino e percorrendo as ruas da zona urbana, indo de porta em porta em busca de oferendas que podem variar de um prato de comida a uma xícara de café. É a chamada “banda de folia de reis”, ou “música de folia de reis”. Quando ela passa por sítios e fazendas da zona rural, tem o nome de “caixa de folia de reis”. O chefe do grupo é denominado “alferes de folia de reis”, e eles seguem seu caminho representando pequenas peças teatrais e cantando à porta das casas, cujos moradores lhes oferecem comida, bebida e esmolas que serão utilizadas no dia de Reis, considerado o dia da gratidão.

Em Barra do Rocha, por muitos anos não se fazia essa brincadeira, que já foi de grande tradição em anos passados. Com a ajuda principalmente de Haullison Rivert, presidente da ABACUC – Associação Barrochense Cultural Comunitária e Rádio Rocha FM e amigos como: Marivaldo, Coelho, Boa, Edizio, Isaias, Jacaré, Valdemir, Vicente, Miraldo, Betuca, etc. O boi foi preparado com sigilosamente e só no dia de sua saída foi anunciado para a população, que por sinal lotou a Rua Rio Branco para conferir o momento tão popular. Do local saíram o Boi, o Vaqueiro e D. Catarina, todos compostos de bastantes adereços, próprios da tradição de REIS.

O grande responsável pela animação, o Vaqueiro Também conhecido como rajados e nos grupos de Zabumba denominado como caboclos de fita. A vestimenta é calça comum, camisa, com uma manta trabalhada ou algo parecido com colete também bastante esmerado. Mas o que chama atenção é a beleza do chapéu, na maioria das vezes em forma de cogumelo agigantado com pala vertical sobreposta, bordado ricamente de lantejoulas, paetês etc.

"VAQUEIRO,
vaqueiro, vai procurar meu boi,
que eu não sei onde está
É um BOI bem prendado da fazenda,
Que eu quero que vá chegar".

A dança do rajado é por demais apreciável e bela. Desafiam o boi a quase estilo de tourada, e numa cadência impressionante tanto o miolo quanto o vaqueiro dão passo coreográfico da maior admiração. Tem rajado que realmente se constitui a vedete da brincadeira, com seus passos milimétricos, ritmo fora do comum e uma sintonia incrível com o miolo. Fazem um jogo de cores e fitas, realmente algo inesquecível para quem assiste ao empolgante espetáculo.

Pelas ruas da cidade todos contemplaram uma Cultura antiga que renasce em Barra do Rocha, e muitos que acompanharam viram pela primeira vez a brincadeira composta de comida, bebida e muita animação, que se depender dos organizadores voltará a ser tradição, prometendo melhorar no ano de 2011.

Agradecemos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização da Folia de Reis e aproveitamos para parabenizá-los pela iniciativa em defesa da dessa cultura tão carente em nosso município.

 

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